
Vou contar para voces uma historia que aconteceu comigo em Londres:
Último dia de viagem. Estava triste, tinha esquecido meu gravador com a minha amiga, tive que ir buscar, era de noite, estava super cansada de viajar o dia todo, tinha que estar a noite no aeroporto porque meu voo era super cedo. Cheguei na casa dela, não conseguimos abrir o portão, ela teve que me dar o gravador por um buraco, não conseguimos nem falar tchau direito.
Voltei para a estacão de trem, correndo, esperando pegar o último trem para o aeroporto. Cheguei lá e ele tinha acabado de sair. Pronto, pior que noite no aeroporto, noite na estacão de trem verdade? Mentira!
Aqui minha sorte começou a mudar. Fui comer, afinal de conta eram as 00h30 e eu tinha até as 4h30 da manhã para esperar. Pedi para um rapaz olhar minha mala enquanto ia buscar uma batata frita (sim, último fast food...). Voltei e começamos a conversar. Ele estava esperando um trem que sairia 1h45. Me contou sua história: filho de paquistaneses, serviu o exercito por mais de 15 anos e tinha voltado para Londres fazia menos de 6 meses. Conversamos a respeito da imigração, da guerra etc. Sem nomes, sem idade, sem data de nascimento. O trem dele chegou e ele se foi. Fiquei lá sentada, ia começar a escrever e ele voltou com uma caixinha na mão. Me entregou e saiu correndo. Sem entender muito, abri. Era um lindo colar de prata, com o símbolo do infinito. Sem saber o que fazer corri atrás dele para agradecer, perguntar seu nome, dar meu email, devolver o presente, sei lá... fui pega de surpresa! O trem já estava indo embora, então ele me disse: comprei esse colar tem um tempo, e tinha me prometido que daria para uma pessoa que eu sentisse que tinha um grande coração. Foi muito bacana te conhecer!
Dei uma pedrinha para ele e o trem foi embora...
Voltei para a minha cadeira, pensativa... um outro indiano que estava por lá, trabalhando, me colocou numa salinha VIP, com um delicioso sofá... mil vezes melhor que o aeroporto...
Não senti o tempo passar, quando me dei conta estava de volta na India. Mas com saudades de Londres... a lição? Que no final não importa o lugar onde você esta, mas as pessoas que você encontra...
Esse post vai para Mani (também consegui perguntar o nome dele!!) e seu colar encantado :-)
6 comments:
Mari! Que lindo! Me emocionei! Concordo plenamente contigo a respeito de q o importante nao é o lugar, mas sim as pessoas: eu nao morro de saudades do Brasil, mas sim das pessoas que estao là; nao morro de saudades de Madrid, mas dos amigos que deixei por là ... e aqui nao sou 100% feliz porque ainda nao consegui encontrar pessoas legais, especiais, ou simplesmente alguem pra compartilhar algumas coisas.
Mani acertou em cheio: vc tem um coraçao lindo!
Bjos!
Adorei!!!
o blog ta lindo.
vc tem mesmo um grande coração!!!
beijos
Mari,
que delícia de texto, que coisa emocionante. A vida só vale mesmo a pena quando sentimos isto.Uma leveza, muito sucesso para sua vida nova e todas as pessoas que te rodeiam.
bjos
Poooxa Mari que história bonita! Às vezes a gente fica de mau humor por qualquer coisa e nem vê o lado bom das coisas!!!
É verdade que as pessoas que a gente encontra na vida sempre nos ensinam algo. Sua história me serviu pra lembrar que devemos estar abertos aos novos encontros com as pessoas! Beijos!
Oiê! Que coisa mais linda! A sua história me fez lembrar a da Shivani, uma indiana de 13 anos que conheci na estação de trem em Delhi e me deu um Ganesh de presente :) Pequenos gestos que fazem pessoas como ela e Mani ficarem no coração da gente pra sempre. Beijo, lindona!
Mari, como é lindo tocar o coração das pessoas... muito lindo, realmente o importante não é o lugar, mas quem somos nesse lugar e quem encontramos. Bjs Mari, muita saudades. Rose
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