Friday, July 31, 2009

Salaam-e-Ishq!!!

Essa semana fiz uma coisa que nao fazia tem muito tempo: assistir a tres diferentes filmes de amor: um espanhol, um americano e um indiano (Bollywood de primeira!).

O espanhol é uma historia lindissima, carregada de psicologia, de um amor de infancia que vai crescendo, cheio de dramas, tragicas aventuras, dolorido e com um fundo emocional carregado, complexo e profundo. Uma historia improvavel que sempre esta a ponto de acontecer mas que acaba nao acontecendo como o esperado. Um final pouco provavel perto do sol da meia noite! (uma caixa de lenços nao é suficiente, mesmo sendo a quinta vez pelo menos que vejo esse filme) Romance lindo de ser visto e tb otimo para refletir, mas nada desejado como modelo de amor eterno!!! (... pelo menos nao conscientemente).

O americano, uma comedia romantica, cheia de cliches, risos garantindos,historias cruzadas. Romances que queremos viver, que nao acontecem até o final, mas que garantem a sensaçao de felicidade com o sempre esperado final feliz! Encontraremos nossa cara metade, apesar de todos (e olha que sao muitos!!) desencontros da vida. Mas nesse filme esse amor nao vem facil nao, todo o tempo as situaçoes comicas nos mostram a triste verdade de reconhecer quando alguem nao esta afim de vc e ponto, nao adianta interpretar os sinais, querer garantir que algo vai acontecer e nao vai! Até que um dia, aquele que fará de vc a exceçao das historias frustrada cruza seu caminho e entao, mesmo com todos os erros e confusoes vcs acabam ficando juntos!

O indiano, um Bollywood tipico, com suas músicas, danças, pares pouco prováveis, cores e histórias fantásticas! O filme mostra o encontro de um cantor sonhador, sensivel e querido por todos com a princesa urbana, cheia de força, que quer romper os padroes culturais, sedutora e ao mesmo tempo misteriosa. O cenário e os personagens sao magicos e a historia é cheia de amor desde o inicio e vai se construindo com seus encontros e desencontros até o final que se consolida com uma grande festa!

Tres histórias, pensadas para provocar em quem assiste a sensaçao de que este amor esta lá fora, esperando para acontecer. Foi bem interessante assistir a estes filmes depois de passar um tempo vivenciando um intensivo de auto-conhecimento, em que a base consiste em desenvolver o auto-amor e a expressao constante da nossa verdade. Tenho pensado muito nisso, e cada vez tenho mais certeza de que, enquanto tentamos encontrar essa sensaçao de amor fora, nos afastamos de encontra-la dentro e ai sim, poder expandir e dividir com esse outro que vem para ser nosso parceiro e compartilhar essa experiencia que é a nossa vida. Tantos pre-conceitos, idealizaçoes, confusoes afetivas, nos afastam (ou pelo menos ME afastam) de poder efetivamente entender e aceitar que cada historia é uma e que devemos nos abrir para o novo. Por isso achei tao interessante ter visto esses 3 filmes, pois, apesar da essencia ser a mesma, cada um explorava um lado diferente e completamente verdadeiro das relaçoes afetivas, rompendo a crença de que existe uma receita de bolo para garantir a felicidade no amor!!

Entre tantas formas hoje nao escolho nem o sofrimento espanhol e nem o amor idealizado americano, fico com a magica do indiano que vem cheio de cor e musica mostrando que se abrir para o novo e valorizar as diferenças faz parte da vida e pode ser cheio de surpresas!!

Para aqueles que ficaram curiosos, ai vao os filmes! Como filme, prefiro o espanhol Os Amantes do Circulo Polar, que para mim é um dos melhores que já vi! Como diversao o americano Ele nao esta tao A Fim de Vc vai mto bem. O indiano Saawariya Apaixonado só recomendo para aqueles que efetivamente consigam olhar para um filme deste genero sem o nosso "oculos", porque se nao pode ser mto chato!! :-)

E para quem ficou curioso (ou pelo menos reparou no titulo) Salaam-e-Ishq significa saudaçoes ao amor e tb é o nome de um filme indiano mto bacana (sim, tem uma musica dele na novela! alias, o melhor da novela é sem duvida a trilha sonora indiana! :-) !)


Monday, July 13, 2009

Eita vida, eita vida de cao, a gente ri, a gente chora, a gente abre o coraçao!!!


" Não importa o que fizeram de mim, o que importa é o que eu faço com o que fizeram de mim". Tenho usado muito essa frase do Sartre para refletir as coisas que vem me acontecendo ultimamente. Este tem sido um período muito intenso da minha vida (retorno de saturno vindo com tudo!) cheio de altos e baixos, e até o fato de nao gostar de cachorro passou a ser algo revisto e questionado! Nestes momentos muito turbulentos, acaba sendo mais facil, em alguns momentos, colocar a culpa nos outros e nao na gente, assumindo um papel de vitima e perdendo a oportunidade de aprender com cada nova experiencia. Tem sido um exercicio constante olhar com cuidado para cada situaçao, deixar o sentimento, mesmo que dolorido, crescer internamente e poder agradecer a oportunidade de estar vivenciando aquilo. E parece que, quanto mais abertos estamos para essa experiencia mais intensos sao os aprendizados.

Nesse caminho de rever conceitos, tenho me deparado com todos meus medos, inseguranças, crenças antigas... e tenho me dado conta que efetivamente devemos começar a romper com todos aqueles "pré-conceitos", inclusive aqueles que parecem menores e sem importancia. Me reconhecer ignorante tem se revelado a melhor maneira (mas também muito doída) de recomeçar... (alguem me disse uma vez que crescer dói, e nao é que dói mesmo? :-) !)

Vou contar um insight relacionado ao fato de que eu nao gosto (ou nao gostava) de cachorro e que reflete um pouco tudo isso. Por mais que sempre tenha tentado uma aproximaçao, aquele sentimento de nao ter a menor ideia do que passa na cabeça de um cachorro qdo ele te olha simplesmente me apavorava! Engraçado pensar isso né? Como alguem se questiona o que passa na cabeça de um cachorro? (to me trabalhando para deixar de lado essa minha vontade de entender tudo, mas é um processo bem dificil devo admitir...) Percebi finalmente que nao estava nele o medo e sim nas fantasias que eu criava a respeito do que poderia acontecer... Entao esse final de semana uma linda rottweiler me ajudou a começar a rever meus medos e fantasias... E ai me dei conta de que isso se aplica a tudo! Qdo começamos a fantasiar, criar historias, desconectar do presente, acabamos criando um mundo paralelo que nos distancia de quem realmente somos, dos outros e de nossa experiencia nessa vida! (e tudo isso veio de uma simples interaçao com um cachorro!! :-) !!) E percebi que o nao gostar muitas vezes nada mais é do que uma maneira "segura" de esconder o medo. Assumir esse medo, encarar, sentir, é o primeiro passo para começar a aceitar e amar a todas essas coisas que insistimos em jogar para debaixo do tapete e que apenas classificamos com um "nao gosto" ... E isso se aplica a pessoas, sentimentos, situaçoes... (nao consegui pensar se tb se aplica a comida, mas ai prefiro achar que nao pq acho q nunca vou ser capaz de gostar de pimentao!!).

É hora de encarar de frente todos os padroes antigos que nos aprisionam em um ciclo repetitivo e nos afastam de nossa propria verdade e essencia. Acredito profundamente que estamos nessa vida para evoluir e sermos felizes, vivendo intensamente e aproveitando cada oportunidade para crescer. Quero viver minha verdade, ser feliz e escutar minha voz interior, que, como diria o Osho, nao fala por palavras, mas sim na linguagem inarticulada do coraçao.

Tuesday, July 07, 2009

Sobre casamentos e funerais

"Tenho chorado mais por causa de casamento do que por causa de funeral". Estava sainda do velorio de meu tio e este pensamento me veio a mente...Para ser bem honesta, por mais verdadeiro que ele pudesse ser me assustei: como posso pensar isso? Teoricamente um é triste e o outro é feliz, um termina um ciclo o outro inicia... Porém, a explicaçao veio no simples fato de que, a qualquer um desses eventos estao atreladas emoçoes e historias que nem sempre seguem a logica cartesiana do simbolismo desses dois acontecimentos. Assim como em muitas outras coisas em nossa vida, tentamos "categorizar" as reaçoes que elas devem nos provocar. E pior, esquecemos que existe um leque de diversidade no proprio mundo que seria suficiente para quebrar nossas crenças em essas situaçoes, como por exemplo, na India, o dia do funeral é tao feliz como o dia do casamento (ou ate mais), com musica, jantar e tudo mais, celebrando a dadiva da existencia e a passagem a um novo momento!

Apesar de achar lindo o ritual indiano,devo admitir que sempre tive medo da morte (do casamento um pouco menos :-) !), inclusive, em uma conversa recente, numa dessas respostas que saem de susto respondi: digo tanto a minha mae que a amo pois se alguma de nos morre nao quero ter a sensaçao de nao ter falado tudo o que poderia (talvez essa seja a razao pela qual eu falo tanto, nao so com a minha mae mas com todo mundo!!rsrs). Tenho tentando olhar para esse meu medo e entender, e o primeiro que me vem a mente é o apego, pois finalmente o que esta por tras é o desejo de ter aquela pessoa ali comigo, para sempre (embora eu ja saiba que o para sempre sempre acaba...). Tem tb o desconhecimento, isso porque, até hoje tive poucas pessoas proximas que partiram (hoje foi a segunda) e em todas elas sinto que consigo entender claramente o motivo. E o mais engraçado é que racionalmente é tao claro para mim que a unica certeza que temos qdo nascemos é de que algum dia vamos morrer!

E ai vem outro dos grandes questionamentos que passam pela minha cabeça nesse momento: As certezas!! Tenho me dado conta de como sou cheia de certezas (a maioria delas nada certas por sinal)!!!!!! Sei que quero aquilo, que gosto disso, que vou fazer isso e por ai vai!! A cada nova mudança, engato uma decisao para "garantir"que as coisas nao saiam do controle e com isso muitas vezes acabo perdendo a chance de sentir o momento e efetivamente me conectar com a incerteza e todas as possibilidades que se abrem com ela. Tem sido um exercicio me dar conta desse movimento e de tentar, na medida do possivel, nao controlar (o que paradoxicalmente de novo, é uma forma de controle). Sentir mais e pensar menos, aceitar as frustraçoes, esperar menos que as coisas sejam do meu jeito, talvez alguma dessas seja a chave... nao sei... neste momento nao quero ter certeza de nada... :-)

Para finalizar, todo esse negocio de olhar para a morte só reforça minha crença de que devemos viver a vida da melhor maneira possivel, sem julgar, nos aceitando com nossas imperfeiçoes, errando e aprendendo dos erros, nos abrindo para cada maravilha cotidiana e realizando nossos sonhos, porque, pelo menos essa vida, neste corpo, é unica!!! (sigo com minhas inseguranças, ansiedades, medos... porém acredito que, como disse meu terapeuta, a Fera só se transformou para a Bela em algo magico qdo ela efetivamente aceitou verdadeiramente sua condiçao de Fera e a acolheu!!)