Wednesday, June 16, 2010

Evening Wlaks





Hoje tive uma lição e tanto. Como contei para vocês estou em Delhi fazendo um curso de comunicação social muito bacana.

O curso começou com conceitos básico de internet, muitos dos quais eu já estou mais do que acostumada. Porém, hoje entramos no capitulo fotos. Sempre soube que essa não é uma das minhas fortalezas, mas a minha parte “confiante” achou que ia tirar de letra. Nos dividimos em duplas e saímos as ruas para registrar histórias. Primeiro equívoco: como a câmera era minha abusei do poder e a coitada da minha companheira quase não teve tempo de tirar foto. Eu estava tão empolgada e me achando a olheira da vez que não pude perceber que a pobre estava quase se esgoelando para poder tirar algumas fotinhos. Tudo eu achava que era uma boa história e uma oportunidade imperdível... esse foi meu segundo erro. Era tanta coisa que eu queria fotografar que cometi meu último e fatal equívoco: não conversei com nenhuma das pessoas que eu fotografei. Ou seja, tinha um monte de fotos e nenhuma história. Quando olhamos as fotos, apesar de algumas estarem ok, ficou evidente minha deficiência. Quase como um corpo sem alma.

Mas como ultimamente tenho conseguido diagnosticar mais rapidamente alguns pequenos detalhes decidi que não ia desistir e que começaria de novo. Fui até a vila na expectativa de conseguir falar com alguém... mas nada, ninguém falava inglês. Decidi reconhecer o fracasso e voltar para a universidade, percorrendo o lindo caminho do campus, no horário de rush das caminhadas das famílias indianas. Parei para atender o telefone e então tive meu grande presente: quatro lindas crianças indianas vieram conversar comigo. Por mais de uma hora ouvi suas histórias, contei as minhas. Até fazer com que o grupo de mulheres que estavam sentadas na praça cantassem para mim elas conseguiram. Dessa vez a alma me encontrou e claro, além da foto, aprendi minha grande lição do dia que me fez lembrar de uma historia que ouvi na Krishnamurti Foundation e que contarei para vocês para finalizar o post:

Dois amigos, Pedro e João (nomes fictícios) andaram por horas para atingir o ponto mais alto da mais linda montanha da região. Quando chegaram no pico a paisagem era indescritível. Pedro estava maravilhado e entrou em profundo estado de meditação. João porém se irritou pois ambos esqueceram suas maquinas fotográficas e não poderiam “registrar” aquele momento...

Depois que conseguir colocar no youtube o vídeo das velhinhas cantando colocarei aqui. 

As crianças são essas quatro fofuras da foto do começo!

2 comments:

Tati e Seus Nicola'S said...

Creio que as melhores fotos nao registramos fazendo um "clic" na camera ... mas sao aquelas que fazem um "clic" là dentro, no fundinho, e ficam registradas na alma e no coraçao.
Lindinhas essas crianças! Aguardo o video das senhoras cantando!
Bom te ler, Mari!!!!!!
Baci, bella!

Ricardo (KK) Ferrer said...

Muito legal Mari. Eu gosto de pensar sobre o "olhar do viajante" (que não é exatamente o "olhar do turista"). O viajante quer se absorver no ambiente, está pronto para se surpreender, ser tocado, interagir.
Acho que podemos exercitar esse olhar em qualquer lugar, até na padaria na esquina de casa. Acho que isso faz toda diferença também na fotografia.
Bons cliques por aí !