Monday, November 08, 2010

São só os dois lados da mesma moeda...

Parece que as monções finalmente chegaram! Depois de um pequeno ciclone (que fiquei bem decepcionada para falar a verdade porque esperava ver muito mais vento), a chuva está realmente mostrando sua força. Com ela vem as roupas constantemente molhadas, humidade, 3 dias já sem energia elétrica, sapos gritando alucinados de felicidade e acabando com qualquer boa noite de sono, além é claro do fato de muitas vezes ser pega de surpresa na moto e tomar um banho!!!

Mas também traz muita coisa boa: o verde está mais verde do que nunca, fazer coisas a luz de velas é delicioso, dormir com o barulhinho de agua de fundo, ter tempo para ficar em casa, fazer as coisas com tranquilidade, o cheiro e a pureza do ar, simplesmente poder olhar para essa imensidão de água caindo do céu.

Minha reflexão esses dias tem estado muito conectada com essa capacidade de conseguir perceber que no fundo tudo tem dois lados e que realmente é um exercício constante vivenciar essa premissa. E muitas vezes começa com nosso simples julgamento de certo ou errado, gosto ou não gosto. Como psicóloga tenho escutado isso desde a faculdade, porém nada como o exercício da vida cotidiana para demonstrar que nada é tão simples como parece, ou tão complicado como acreditamos. Esse video resume tudo!!!!

Também tenho pensado muito no que motiva as pessoas a tomarem determinadas decisões... quais são as razões para mudar completamente suas vidas... Vejo por exemplo, que em Auroville, quase ninguém teve a mesma razão. Mais do que isso, não existe um padrão nas pessoas que decidiram vir morar aqui que nos faz poder dizer: "ah tá então são pessoas assim ou assado que decidem morar em Auroville."

Outro dia estava olhando uma grande amiga minha. Temos a mesma idade, somos fisicamente parecidas, ela é suiça. Ela tem essa "wild vibe", um jeitão assim selvagem, anda na moto super segura, estuda homeopatia, não conhece muita gente e se envolve muito pouco com as questões da vida de Auroville. Mas com a questão pratica da vida da India se dá muito bem, gosta de mato, mora em um lugar que vira e mexe tem bicho, infiltração e todos os problemas q vcs podem imaginar.

Eu sou quase que o contrário... não tenho nada de "wild vibe", vou na moto hipermegatri concentrada (porque no fundo ainda estou perdendo minha insegurança com motos), conheço quase todo mundo e estou super envolvida na vida do coletivo. Ao mesmo tempo, sou super urbanóide, morro de saudades de civilização e não posso nem imaginar o que seria de mim se tivesse que morar em um quartinho como o dela!

E como em um passe de mágicas caímos de novo na questão de que tudo tem dois lados e que geralmente julgamos muito e tentamos colocar tudo em caixinhas conhecidas. Ops, como não quero julgar, vou colocar em primeira pessoa porque pode ser que só eu seja assim... Geralmente julgo muito e tento colocar tudo em caixinhas conhecidas!!!

Acabei de lembrar daquela musiquinha do Carrossel...Nem tudo que reluz é ouro, nem tudo que balança cai.... Segue um belo clipe para lembrarmos da infância!!!

4 comments:

Tati e Seus Nicola'S said...

Oi, Mari!
Acho q o pensamento é exatamente esse: a mesma moeda, o q muda sao os lados. Ou, uma mesma realidade, o q muda é a visao de casa um e o sentido que a gente dà (ou busca) nas coisas.
Menina, Chiquititas ... viajei beeeeeeeemmmm viajadinho ... hehehehe
Bjos, Kin!

Guilherme Attuy said...

E aí, Mari!

Li teu post e achei que está um "show de bola"! Acho que as pessoas têm -- eu vou generalizar, contrariamente a vc -- a tendência de classificar tudo em opostos por 2 motivos: (i) por conta da necessidade de diferenciação que acredito que o ser humano tenha e (ii) por conta do nosso medo de não dar nome as coisas -- ou seja, é confortante saber com o que você está lidando. Pro segundo caso, eu costumo lembrar do exemplo da prática de oferendas aos deuses para que estes não os (homens) castigassem. E como os deuses se manifestavam? Trovões, chuvas, ventos, etc... Minha impressão é que o ser humano sabe lidar com as coisas que têm nomes e razões de ser! Caso contrário, estaríamos lidando com "???". Isso implica em medo...

Recentemente vi um filme -- possivelmente vc deve ter escutado muito isso, mas lá vai (de novo)... -- que me fez lembrar de vc: "Comer, Rezar, Amar" com Julia Roberts e Javier Bardem, baseado no livro de mesmo nome da escritora Elizabeth Gilbert. Talvez eu tenha lembrado por conta da Índia, mas conforme fui lendo seu post vi que minha impressão estava errada. No filme a Julia Robert não aparenta ser tão apegada ao urbano como vc.

Bjo,
Gui

Mari Turato said...

hehe pois é Gui, um montao de gente fala que lembra de mim.... talvez pela India, acho até que isso vai servir de inspiracao para o proximo post :-)
Mas uma coisa eu posso garantir,eu sou urbanoide sim, mas a Elizabeth Gilbert tb só passou 3 meses por aqui, queria ver ela ficar mais!!!hahaha!! Agora, sabe onde ela mora??? NY de novo!!!!hehehe!!!
beijao!!!

Guilherme Attuy said...

Touché!
Não sabia disso... fácil falar. Difícil fazer. Sou mais vc, Mari!
Bjão

ps: continue com os posts! São mto bons!